18 de maio de 2020
Objetivo do movimento é diminuir as internações psiquiátricas desnecessárias.
Nesta segunda-feira, 18 de maio, o Dia Nacional da Luta Antimanicomial chama a atenção dos brasileiros para um novo olhar para as pessoas com sofrimento mental. O movimento que surgiu no ano de 1987, tem como objetivo humanizar, por meio do convívio social, o tratamento desses pacientes.
Essa luta caracteriza-se por questionar o modelo clássico de assistência centrado em internações em hospitais psiquiátricos, que consistiam na exclusão e isolamento das pessoas com sofrimento e transtornos mentais.
“18 de maio marca a Luta Antimanicomial e a reforma psiquiátrica, que são movimentos que visam a diminuição das internações psiquiátricas desnecessárias”, explica Marina Saraiva, Psicóloga e Coordenadora da área de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde. “Quando uma pessoa entra em crise, na verdade, o que se rompe é a relação dela com o mundo. Então, se eu simplesmente internar esse usuário longe da família, do trabalho e das relações, ele poderá até se estabilizar durante um período, mas ele vai voltar para o ambiente que o adoeceu”, explica.
“O que precisamos compreender é que as pessoas são diferentes e elas vão precisar de tratamentos diferenciados. Nós, enquanto seres humanos e cidadãos, precisamos trabalhar a nossa paciência, praticar a bondade, a aceitação das diferenças, o rompimento com o preconceito, para que consigamos olhar para o portador de sofrimento mental com amor, compaixão e solidariedade”, afirmou Marina. A psicóloga ressalta que a proposta de tratamento frente ao Movimento da Luta Antimanicomial é a utilização dos serviços substitutivos como o Centro de Referência em Saúde Mental (Cersam) e o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Outras Drogas (CAPS AD). “Ao invés de serem internados, isolados em hospitais psiquiátricos, os portadores de sofrimentos mental passam o dia nesses equipamentos, em tratamento com psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais e outros profissionais”, explica. Com esse atendimento e com a participação em atividades e oficinas terapêuticas, eles vão se estabilizando, sem a necessidade de internação em hospitais psiquiátricos.
Em Pará de Minas, a Rede de Atenção Psicossocial, através do SUS, oferece acompanhamento psicológico e psiquiátrico de forma gratuita para a população. Para outras informações sobre os serviços, o interessado deve entrar em contato com o Cersam, pelo (37)3231-7792, ou com o CAPS AD, pelo (37)3231-4863.
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