Visitas seguem rigoroso protocolo para evitar disseminação do coronavírus
O distanciamento social imposto pelo combate à transmissão do coronavírus, a cada dia, faz surgir alternativas de adaptação à nova realidade, em praticamente todos os setores da sociedade. O Centro de Convivência dos Idosos, coordenado pela Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, é uma das instituições do poder público de Pará de Minas que tem mostrado grande capacidade de adequação dos seus serviços, diante da prolongada e necessária quarentena.
Localizado no Bairro JK e frequentado regularmente, de segunda a sexta-feira, por um grande número de idosos de todas as regiões da cidade, o Centro de Convivência teve suas portas fechadas em março, para barrar o avanço da COVID-19. Acostumados às rotinas de atividades, os habituais participantes das oficinas, dos momentos de oração e do tradicional forró, passaram a ficar recolhidos em suas casas, privados do convívio social e, em alguns casos, até mesmo do familiar. Preocupada com essas circunstâncias, que podem gerar, inclusive, situações de vulnerabilidade, ocorrências de violação dos direitos e de agravamento de problemas emocionais no público que atende, a coordenação do Centro de Convivência, inicialmente, recorreu à tecnologia para manter o contato com os idosos, por meio do grupo Melhor Idade, no Whatsapp. Mas, como nem todos os frequentadores têm acesso à internet, optaram por criar uma modalidade diferenciada de visita domiciliar para aqueles que não usam as redes sociais.
Mediante agendamento prévio, a Orientadora Social do Centro de Convivência, Cleusa Moreira Januário, começou a ir até as casas desses idosos. Permanecendo do lado de fora das residências, geralmente no portão, e seguindo com rigor as normas sanitárias para evitar a disseminação do novo coronavírus, como o uso de máscara, álcool em gel e o distanciamento, ela procura manter o vínculo. “O objetivo é acolher, saber das necessidades deles, orientá-los e, se preciso for, encaminhá-los para outros profissionais especializados”, explica Cleusa.
Franciele Lima, Coordenadora do CRAS Renê Vieira Leitão, ao qual está ligado o CCI, ressalta que a visita não tem caráter técnico. “Ela é feita com o objetivo de ver com o idoso qual está sendo a sua condição de adaptar a essa situação, como ele está se organizando”, disse. Segundo ela, o retorno do trabalho é positivo. “Os idosos têm realmente ficado muito felizes”, relata.
Dona Terezinha de Jesus Silva, moradora do Bairro Vila Ferreira, foi visitada na semana passada. Aos 72 anos, ela frequentava o Centro de Convivência dos Idosos diariamente, mesmo com dificuldades de locomoção. Para chegar até lá, pegava dois ônibus e, quando havia alguma dificuldade, recorria ao transporte por aplicativo para atravessar a cidade e chegar até o Centro de Convivência. Seu testemunho não deixa dúvidas quanto ao sucesso dos objetivos da visita. “Pra mim, foi um prazer ter recebido a visita. Eu fiquei feliz o resto do dia, numa alegria medonha. O Centro de Convivência é tudo pra mim. Eu amo. Gostei demais da visita. A Cleusa trouxe uma mensagem pra mim. Aquilo tocou o meu coração”, disse.
O Senhor Agenor Alves Filho, de 78 anos, é vizinho do Centro de Convivência. “Depois que eu parei de trabalhar, eu ia lá todos os dias. Jogava, ficava lá divertindo, tinha reza na terça-feira. O dia que a Cleusa não vem saber notícias, ela liga. Acho muito boa a visita. Dá uma grandeza pra gente, (mostra) que a gente tem valor”, fala, com a sabedoria de quem sabe demonstrar gratidão pela atenção, consideração e respeito com que é tratado pela equipe do CRAS e do Centro de Convivência dos Idosos.