Mobilização política conseguiu reverter a situação. Prefeitura embargou obra que já era iniciada ao lado da Pio Canedo
A intenção do Governo do Estado em construir uma nova penitenciária em Pará de Minas tirou o sono da população e da classe política da cidade nesta semana. Na noite de terça-feira, 20 de agosto, os pará-minenses foram surpreendidos pela notícia, nas redes sociais. Já na quarta-feira, a repercussão negativa mobilizou a classe política que, se colocou contra a obra, que seria custeada pela Mineradora Vale como forma de compensar os danos causados pelo desastre de Brumadinho.
Nas redes sociais e nas ruas, grande parte da população também se manifestou contra a chegada de um novo presídio à cidade. Enquanto isso, o Prefeito Elias Diniz, deputados e vereadores corriam atrás de informações junto ao Governo do Estado e articulavam formas de barrar a decisão. “A união entre o executivo, o legislativo, o judiciário e a sociedade civil organizada deu um resultado muito positivo. Os Deputados Inácio Franco, Diego Andrade e Eduardo Barbosa conseguiram sensibilizar o Secretário Estadual de Segurança Pública para essa penitenciária não vir para Pará de Minas, nem a construção e nem a ampliação”, disse o Prefeito.
No final da tarde de quinta-feira, 22 de agosto, o Prefeito Elias Diniz esteve em um terreno ao lado da Penitenciária Pio Canedo, local onde o Governo do Estado já iniciava o processo de medição e estudos para a construção da nova penitenciária. A obra foi embargada. “Sem sequer informar ao Município, a equipe realizava os estudos no local. Fomos surpreendidos com a autorização do Estado para iniciar o levantamento técnico do terreno para a construção e ampliação da penitenciária. Embargamos a obra”, explicou Elias.
Elias Diniz disse ainda que foi pego de surpresa em todo esse processo. A Prefeitura não foi informada nem da intenção do Governo de Minas Gerais em construir uma penitenciária na cidade. A negociação entre a administração municipal com a Vale sempre foi no sentido de compensar os danos causados ao Rio Paraopeba por meio de investimento em meio ambiente, saúde e educação. “Isso foi um desrespeito para com a sociedade. O Prefeito, os deputados e os vereadores não estavam cientes. O que queremos é que as medidas compensatórias da Vale sejam focadas às áreas da educação, saúde, meio ambiente e para a geração de emprego e renda. Pará de Minas já deu sua contribuição, temos uma penitenciária com capacidade para 396 presos e que hoje está com mais de 900”, explicou Elias Diniz.