Pará de Minas sedia estudo que servirá de referência para todo o Estado.
Pará de Minas foi a cidade de Minas Gerais escolhida para receber um estudo de novas alternativas de controle do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. Na primeira semana de outubro, profissionais da Secretaria Estadual de Saúde e da Fundação Oswaldo Cruz estiveram na cidade para capacitar a equipe de combate a endemias da Prefeitura e iniciar a implantação do projeto, que terá duração de 15 meses, em todas as regiões da cidade. “Neste primeiro mês, nós estamos colocando as armadilhas de monitoramento. Observamos ao longo do tempo que tratar todas as áreas como iguais, não é o melhor caminho para o controle do Aedes aegypti. Sabemos que, às vezes, os mosquitos estão concentrados mais em uma região que em outra, por isso estamos buscando essas novas estratégias”, disse Ima Braga, Presidente da Rede Latino Americana de Controle de Vetores, integrante da equipe que realiza o estudo em Pará de Minas.
O estudo realizado em Pará de Minas servirá de referência para toda Minas Gerais. De acordo com o resultado, o Governo implantará as alternativas de combate ao mosquito em todo Estado. Outra parte do projeto, financiado pelo Governo do Estado, é a construção de um laboratório no Centro de Controle de Zoonoses. “Esse laboratório vai armazenar os ovos que serão recolhidos nas residências. Depois, quando necessário, eles serão transferidos para uma sala que vai funcionar como casa teste que ficará dentro do próprio CCZ para teste dos produtos”, disse Dionísio Pacceli, referência técnica do Programa Estadual de Controle de Doenças Transmitidas pelo Aedes da Secretaria de Estado de Saúde.
Os Agentes de Combate a Endemias já começaram a visitar as residências e instalar as armadilhas. “Pedimos à população que aceite que o agente de endemias entre em suas casas e ajude a implantar esse projeto. Temos certeza que vai dar um resultado muito positivo”, disse Adailton Antônio Moreira, Gerente de Combate a Endemias da Prefeitura de Pará de Minas.
Em novembro, inicia a fase de eliminação dos mosquitos, de acordo com o resultado do estudo. Podem ser utilizadas na cidade inovações tecnológicas já testadas e aprovadas. “Estamos testando metodologias, não estamos testando produtos. Todos os produtos que serão utilizados já estão registrados na Organização Mundial de Saúde e no Ministério da Saúde. Essas metodologias vêm pra complementar o que até hoje tem sido feito”, disse Dionísio. “A partir do mês que vem, vamos iniciar com ações de controle, mas nos locais chamados de áreas quentes, com maior concentração do vetor”, completou Ima Braga.