Publicação integra o acervo do Museu Histórico.
A Prefeitura de Pará de Minas mantém um trabalho de preservação da história da cidade por meio da restauração de livros. Evaldo Firmino, servidor da Secretaria Municipal de Cultura e Comunicação Institucional é o responsável por trazer de volta ao uso publicações deterioradas pelo tempo. Nesta semana, ele entregou mais duas ao Museu Histórico. Depois de mais de um mês de trabalho, ele colocou à disposição da comunidade um livro publicado em 1859, que conta a história dos santos, e um manual para celebrações da igreja católica, de 1875. “A primeira coisa que eu faço é desmontar o livro, limpar folha por folha e separar as que serão restauradas. Depois começo o trabalho com um papel japonês, próprio para esse tipo de restauração. Depois, há o processo de colagem, secagem e, em seguida, a montagem do livro novamente, costurando as páginas e finalizando com a capa”, disse Evaldo.
Os livros fazem parte da história de Pará de Minas, que cresceu rodeada pelas tradições religiosas. “Esses livros pertenceram a Joaquim Moreira dos Santos, avô da doadora, Cristina Moreira Ferreira. Ele foi uma personalidade importante em Pará de Minas. Foi ele o doador do terreno onde hoje é o Cine Café, construído para ser a sede do ramal do Pará. Joaquim é o pai de um ex-prefeito de Pará de Minas, Carmério Moreira dos Santos. Inclusive, neste manual restaurado, há parte de uma anotação dele, registrando o nascimento do filho Carmério, que além de político, foi dentista e uma pessoa maravilhosa”, disse Ana Maria Campos, Gerente do Muspam.
Esse trabalho de preservação e conservação dos livros, segundo Ana Maria, é um privilégio que a Prefeitura de Pará de Minas concede à memória da cidade. “Ter um funcionário com essa qualificação é um privilégio para o município. Houve épocas que a gente recebia obras dessa importância, mas não tínhamos como restaurá-las ou recursos para enviá-las para um laboratório”, completou Ana Maria.
O livro restaurado entregue nesta semana é o volume dois do santoral. O primeiro já havia sido recuperado em 2017. Os dois foram editados em Lisboa no século XIX e têm o português arcaico como linguagem.